Os avanços tecnológicos vêm ocasionando transformações de ordens sociais e
educacionais. No ensino superior, o Censo da Educação Superior [1] confirma a
expansão de matriculas em cursos tecnológicos. Este crescimento deve-se a questões
como a necessidade do mercado por profissionais da área de tecnologia e por ações
do governo na formação de recursos humanos nas áreas de ciências naturais e
engenharia. Expressão recente dessa preocupação é o programa Ciência Sem
Fronteiras [2] que privilegia as ciências exatas e biológicas, bem como a tecnologia.
Ainda considerando [1], percebe-se a predominância do sexo feminino no contexto
geral da educação superior. No entanto apesar desta predominância e dos
investimentos e incentivos em áreas como ciências, tecnologias, engenharias e
matemáticas, a procura dessas carreiras por mulheres ainda é bem menor que por
homens.
De acordo com [4], em 1995, de cada 100 pesquisadores apenas 39 eram do sexo
feminino. O censo do CNPq de 2010 mostra que esta realidade mudou e que agora o
número de mulheres cientistas quase se iguala ao de homens. Apesar do avanço
expressivo, a desigualdade ainda prevalece nas áreas de exatas.
A demanda por profissionais de Tecnologia da Informação é crescente. No entanto, as
taxas de evasão em tais cursos estão entre as maiores. Em geral, fatores como
formação básica de baixa qualidade, falta de condições financeiras para continuar os
estudos, mudança de residência, desconhecimento do curso e os altos índices de
reprovações em disciplinas básicas, principalmente as que envolvem programação,
são os responsáveis pela desistência ou troca de curso.
Percebe-se então que a disciplina de programação esta presente em qualquer curso
de graduação ou técnico em áreas ligadas às ciências exatas e a computação.
Esta disciplina aborda princípios da lógica de programação com o objetivo
proporcionar ao aluno a capacidade de analise e resolução de problemas na forma de
algoritmos, e o desenvolvimento da habilidade de raciocínio lógico e matemático. Por
ter altos índices de evasão e reprovação, esta disciplina vem sendo um dos gargalos
nos cursos de exatas e de computação, dificultando ou até mesmo impedindo a
continuidade dos alunos no curso.
Entre os vários motivos citados como geradores deste problema estão: a dificuldade
que os alunos encontram para desenvolver programas/algoritmos necessários para a experimentação/simulação, dificuldades relacionadas à configuração do ambiente e,
problemas de sintaxe e compilação.
Diversas iniciativas vêm sendo realizadas com o intuito de estimular nos jovens a
procura por cursos na área de computação, evitando-se, assim, as altas taxas de
evasão nestes cursos decorrente das dificuldades encontrada pelos estudantes nas
disciplinas de programação. Dentre as quais, a oferta de cursos de programação aos
alunos do ensino médio.
Considerando este cenário, este projeto visa motivar alunas do ensino médio para o
curso de Engenharia da Computação da Faculdade de Sistemas de Informação do
Campus Universitário de Castanhal da Universidade Federal do Pará. A ideia do
projeto é introduzir noções de algoritmos e lógica de programação a alunas do ensino
médio utilizando o ambiente de programação visual Alice [6].
Desta forma, busca-se contribuir com a redução das dificuldades encontradas pelas
alunas ingressas do curso de Engenharia da Computação em disciplinas que
envolvam conceitos de algoritmos e lógica de programação, ao mesmo tempo em que
se busca atrair jovens para a carreira de Engenharia da Computação.
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